Obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos recorrentes vivenciados como intrusivos, que o individuo tenta ignorar ou suprimir com outro pensamento ou ação (compulsão). Geralmente incluem medo de contaminação, dúvidas sobre ações, crenças religiosas, imagens e pensamentos sexuais, pensamentos agressivos, pensamentos de causar danos acidentais a si próprio ou aos outros e impulsos para fazer com que as coisas sejam exatas simetricamente ou corretas.

 

As Compulsões são utilizadas com o objetivo de reduzir o sofrimento provocado pelas obsessões ou impedir que algo de ruim ocorra.

 

Existem seis domínios de crenças relevantes no Toc:

1. Responsabilidade inflada:

2. Importância exagerada dos pensamentos;

3. Preocupação excessiva com a importância de controlar os próprios pensamentos;

4. Superestimação de ameaças;

5. Intolerância a incerteza e ;

6. Perfeccionismo.

 

A crença que o individuo tem sobre suas próprias crenças é denominado metacognição, controlar e evitar pensamentos intrusivos é uma metacognição. A crença que os pacientes possuem de suas obsessões é o que mantêm o transtorno.

 

O pensamento mágico consiste em presumir que há associações entre eventos que na realidade não estão relacionados (se pisar na linha, minha mãe vai morrer).

 

A fusão pensamento-ação refere-se à tendência de ver pensamentos e ações como equivalentes, se eu pensar em machucar um amigo, moralmente é a mesma coisa ou terei maior probabilidade em fazer.

 

O pensamento perfeccionista é expresso pela preocupação em excesso com o ato de cometerem erros, pacientes com TOC podem relatar duvidas excessivas quanto ao fato de terem feito as coisas corretamente.

 

As pessoas com TOC com freqüência julgam as situações muito mais perigosas do que de fato são, o que é denominado Superestimação da ameaça.

 

Comportamentos de esquiva são utilizados por pacientes com TOC frequentemente com o intento de fugir de situações estressoras, podem se utilizar de esquivas cognitivas o que é considerado contraproducente, servindo para manter a ansiedade e o desconforto a longo prazo.

 

Os principais componentes da TCC no tratamento do TOC são:

 

Psicoeducação

A psicoeducação pode ocorrer na forma de apresentações didáticas, demonstrações, leituras ou vídeos.

 

Exposição

Antes da exposição é importante apresentar a base racional dos procedimentos de maneira coerente e convincente.

 

Prevenção de Rituais 

Os pacientes devem entender que utilizar compulsões para diminuir o medo prejudica a exposição, sendo melhor prevenir todos os rituais.

 

Estratégias cognitivas

Normalizar pensamentos intrusivos, corrigir avaliações defeituosas, gerar crenças alternativas, examinar as evidências de crenças especificas, esforços para neutralizar pensamentos intrusivos, testar crenças por meio de experimentos comportamentais e mudança de crenças metacognitivas.

 

Júlio Alves


Bibliografia

Bieling, P. J., Mccabe, R. E., & Anotony, M. M. (2008). Terapia cognitivo-comportamental em grupos. Porto Alegre: Artmed.
Cordioli, A. V. (2008). A terapia cognitivo-comportamental no transtorno obsessivo-compulsivo. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30, s65-s72.
Knapp, P., & Beck, A. T. (2008). Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30, s54-s64.
Raffin, A. L., Ferrão, Y. A., Souza, F. P. d., & Cordioli, A. V. (2008). Fatores preditores de resultados no tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo com as terapias comportamental e cognitivo-comportamental: uma revisão sistemática. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul,
Rosario-Campos, M. C. d., & Mercadante, M. T. (2000). Transtorno obsessivo-compulsivo. Revista Brasileira de Psiquiatria, 22, 16-19.

 

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